sexta-feira, 21 de abril de 2017

Quais são as formas de aprendizado que existem? Conheça a pirâmide do aprendizado

Qual é o melhor método de estudo que existe? Como eu posso memorizar mais assuntos?
Grande parte das pessoas reconhecem a importância de se fazer uma boa leitura de um livro, da necessidade de se grifar as partes importantes com um marcador de texto, ou o uso canetas coloridas para essa finalidade. Outros ainda identificam que ir para as aulas assistir o professor lecionar estariam aprendendo apenas por ouvir o mesmo se pronunciar sobre o assunto. Que grande erro estariam esses cometendo, ao saber que na verdade existem formas melhores e muito mais eficientes de se aprender. Por causa disso, iremos mostrar nesse artigo a pirâmide do aprendizado e como ela pode ser útil para melhorar a performance de um estudante em sua vida escolar.

Dado a dinamicidade do ser humano, o mesmo não pode se apresentar como um ser passivo, que pretende assimilar o conteúdo por osmose, estático ao mesmo, apenas sentado sem fazer qualquer esforço ativo. Deste modo, justamente, existe uma escala que determina o grau de retenção de uma pessoa com base nas diferentes formas de se aprender, é a chamada pirâmide do aprendizado. E como era se de esperar, quanto menos ações o indivíduo toma, maior é a perda do conteúdo visto. Por causa disso, assistir aulas de um professor ou ir em palestras faz com que o indivíduo retenha apenas 5% do conteúdo que foi observado no dia que em que ocorreram.

A importância de ser um ser ativo no processo de aprendizado

Se faz então preciso o uso da ação. Mas o que seria isso? Seria em fazer com que o aluno se torne responsável pelo seu aprendizado. Neste caso, o mesmo precisa de um método ativo, que o mobilize, que o faça pensar, em questionar aquilo que ele receba, que cometa erros, e que através desses possa reconfigurar-se para o acerto. Deve-se ter uma atenção total. Por causa disso a maior retenção vem justamente de atos que visam a produção, dentre eles a resolução de exercícios, criação de textos, interpretando e montando, e certamente revisando os possíveis erros e pontos de melhoria de forma continua. É assim que o ser humano aprende a aprender.
Esquematização da pirâmide do aprendizado contendo
as formas de assimilação de conteúdo de forma ordenada.
O ponto interessante, por tanto, seria a base da pirâmide, em ensinar alguém. O ato de lecionar é em suma o grau máximo, porque aquele que ensina é forçado a se reavaliar de forma constante devido as possíveis perguntas que serão feitas sobre os seus conhecimentos que este passa a seus alunos. Assim sendo, se tem a prova do porquê os professores dominam tanto as suas respectivas áreas de ensino, nem sempre foi assim, mas conforme o mesmo vai avançando na carreia, passando a repetir por diversas vezes as aulas, este acaba por se tornar um grande conhecer de seu campo, mais ainda por saber que cerca de 90% de retenção é feito através do ato de ensinar os outros.

Devemos lembrar também que nem sempre isso pode ocorrer, do professor se tornar um grande conhecedor, se temos uma aula onde o mesmo se apresente rígido, inflexível e não inclinado a responder as dúvidas de seus alunos. Este irá se estagnar no tempo e irá saber apenas aquilo que se esforçou por aprender durante seu tempo de estudo na faculdade. Veja que o processo por vez pode ser visto como uma mão dupla, onde apesar do professor entregar a maior parte por ter estudado objeto a ser aprendido pelos alunos, é justamente o desejo pelo saber dos discentes que irá lapidar a habilidade do professo em um processo continuo de aprendizado. Melhorando não somente seu conteúdo, tendo que estudar para responder as dúvidas de seus alunos, mas também a sua didática, de como o mesmo irá passar o que sabe adiante.

Comparação entre os níveis de aprendizagem

Assim temos no ponto mais alto da pirâmide de aprendizagem os métodos passivos como ler, ouvir e ver, que são feitos através dos sentidos apenas, com cerca de 10%, 20% e 30% de retenção respectivamente. Como não há uma ação não há uma necessidade do cérebro em memorizar essas informações. Quando passamos a interligar esses métodos passivos, melhoramos um pouco o nosso aprendizado, como assistir um vídeo contendo imagens, texto e sons, mas para ser de uma forma mais completa o aprendizado é preciso ir além, e usufruir-se dos níveis mais baixos de atividade da pirâmide, que consiste em comentar e discutir com outras pessoas, fazer alguma coisa relacionada, e ensinar os outros, totalizando em 70%, 80% e 90% os níveis de retenção desses respectivos métodos ativos de aprendizagem.
Outra piramide de aprendizado mostrando os diferente métodos
de aprendizado e respectivos graus de assimilação de conteúdo.
Agora vejamos. Encontramos um grande problema. Os métodos mais abaixo da pirâmide são muitos imediatistas, eles requerem o uso direto daquilo que foi aprendido. De certo modo não podemos jogar os métodos inferiores na lixeira, porque para que possamos executar o que está na base precisamos obter o conhecimento inicialmente pelos métodos do alto da pirâmide do aprendizado. Sendo assim a melhor forma de se aprender seria o uso de constantes revisões atrelado ao uso dos métodos do topo para que se tenha uma base, por isso assistimos aulas, e depois que se tem essa base se parte para os métodos da base, onde iremos debater e discutir aquilo que foi aprendido primeiramente em sua forma individual.

Ao iniciar uma discussão com os alunos, o professo está justamente fazendo com que os aprendizados indivíduos e diferentes entre em conflito e com que os alunos possam verificar aquilo que seja verdade e aquilo que foi assimilado de forma errada. Quando existir dúvidas a respeito, os mesmos podem sempre consultar o uso de livros e apostilas sobre o assunto, que foram produzidos por pessoas muitas vezes renomadas no determinado assunto que se pretende aprender. É o entrave que por tanto é capaz de potencializar o aprendizado. É possível aprender de maneira única e solitária, contudo se faria necessário a criação desse sistema de questionamento de forma individual. Pensando nisso se tem as listas de exercícios que procuram fomentar o questionamento e a auto validação que seria feita no debate.

Quem são os autores da pirâmide do aprendizado?

A teoria de como aprendemos em diferentes graus com base na técnica que utilizamos para aprender foi produzida pelo psiquiatra americano William Glasser através da sua teoria da escolha. Seguindo Glasser o professor não deve se apresentar como um ser supremo e inquestionável, mas sim como um guia, com aquele que irá facilitar o aprendizado de um assunto por justamente este já ter explorado a área com rigor e agora sabendo os melhores caminhos para percorrer o assunto, irá na medida do possível passar esse conteúdo para frente. Segundo William a melhor educação, a perto da ideal, é aquela que faz com que os alunos pensem a respeito sobre aquilo que aprendem, sendo o papel do professor por tanto de promover a discussão, o diálogo e assim o crescimento dos alunos.

Vemos portanto, que para William Glasser o problema da aprendizagem na seria da escolha em si, mas de como os alunos estariam se empenhando para aprender. Não basta investir em educação quando se tem alunos desmotivados, dispersos, e desinteressados pelo aprender. O que precisa ser feito é uma mudança cultural, na forma com o aluno adere aos estudos, em um compromisso de assumir seus atos. Se temos um grupo de alunos que acha normal ou correto tirar notas ruins vemos que existe sim uma falha nos alunos, que pode ter sido gerada por diversos fatores, até mesmo pelo estado da sociedade que considera esse fato como algo comum. Não se pode. Se faz necessário pôr a mão na consciência. Ser um ser crítico e responsável. Porque a realidade é feita de pessoas que se comprometem com aquilo que fazem. E não por pessoas que sem palavra, esta que se banalizou.
Esquema do conde de aprendizado dividido entre o método passivo no topo
e o método ativo na base da figura, com os respectivos graus de retenção de conteúdo.

Entre outros contribuintes se encontra Edgar Dale que chama a pirâmide de o cone da experiência. Na verdade, o que se tem é que a pirâmide de aprendizado seria um mito bem-intencionado. Visto que o que se tratava inicialmente era um cone agrupando métodos audiovisuais na sala como algo a melhorar a educação. Essa pirâmide inicial proposta no livro Audio-visual Methods in Teaching de 1969 não continha nem mesmos números. Os números foram produzidos por Paul John Phillips da Universidade de Texas, sem qualquer método científico comprovatório dessas porcentagens. Mais tarde os números foram combinados com o diagrama por um desconhecido. E o mito estava montado.

Para saber mais a respeito confira os seguintes links voltados ao assunto (em inglês):

A pirâmide de aprendizado é um mito então?

Depois de termos aprendido a respeito sobre a pirâmide de aprendizado de ter descoberto que a mesma se trata de um mito, ainda assim podemos utiliza-la? Bem, podemos porque a mesma faz um certo sentido lógico, contudo não podemos ser dogmáticos em acreditar que retemos as seguintes porcentagens em cada um dos processos mostrados. Seria um verdadeiro absurdo. Na verdade, fora feitos estudos com base nessa pirâmide e o que foi notado é justamente o grau de atenção do estudante que determina o quando este irá aprender sobre um determinado assunto. Cada indivíduo, cada pessoa é única, e, portanto, aprenderá de maneira diferente das outras, alguns são mais visuais, outro mais auditivos, alguns mais sinestésicos. O que é importante é descobrir o melhor método para cada um.

Dados a diversidade que compõem a sala de aula, de cada universo particular em cada mente que se sente para assistir uma aula, o papel do professor, portanto se faz em propor o maio número de possibilidades de aprendizado, ao se utilizar dos mais variados métodos e meios este estará contribuindo para que os alunos possam ver e analisar aquele que for melhor para si. E assim certamente o professor estará fazendo sua parte como facilitar do aprendizado de seus alunos. Não podemos jogar nossos livros foras em favor do uso de vídeos aulas e de apenas recursos interativos. É preciso uma alta gama de meios para que se possa chegar no aprendizado. Isso sim foi visto nas pesquisas e comprovado como realmente efetivo.
2 comentários:
  1. Os Links em inglês que você colocou, não confirmam essa pirâmide. De fato o segundo faz duras críticas a essa pirâmide. De fato ela não faz muito sentido. Como posso aprender mais vendo do que lendo, se eu tenho que ver para ler? E o cone de Edgar Dale está longe dessa pirâmide e ao que tudo indica o falecido Dr. William Glasser nunca falou de tal pirâmide!

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    1. Caro anônimo. Justamente. Esse foi o nosso intuito com a publicação dessa postagem. Fazer com que o leitor possa compreender que a pirâmide do aprendizado não tem bases teóricas. Por isso mesmo deixamos os links e o comentário no final da postagem sobre essa questão, para que as pessoas pudessem visualizar, e por fim debater a respeito, como você mesmo fez em seu comentário. Obrigado pela visita e volte sempre!

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