quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Aprendendo a aprender. Como estudar e memorizar conteúdos

Da dor à alegria. Como parar de boiar nas aulas de física e começar a entender a matéria.
Podemos considerar esta postagem a mais aguardada desde a criação deste pequeno blog. A pedido de muitos, a nossa equipe irá se debruçar sobre a seguinte questão: como um aluno pode se transformar em um estudante? Não entendeu a pergunta? Muito simples. Dentro da pedagogia, certamente o problema de nomenclatura é um deles, que é a confusão que fazemos ao considerar que um aluno seja um estudante, o que nem sempre é verdade. Nós acreditamos que essas duas palavras sejam sinônimas. Então veremos o real significado dessas palavras: aluno vem do latim, alummnus que significa lactante, aquele se encontra em fase de crescimento, sendo nutrido pelo seu mestre, é um discípulo do mesmo. Sendo assim, quem sabe você deve ter caído na gafe de acreditar que aluno significa ser sem luz, visto que teríamos o sufixo a- de negação ao radical -luno de -lumen, que significaria luz. Contudo vale ressaltar que tal etimologia não existe no latim, muito menos no grego.

E quanto ao termo estudante? Também do latim, studiosus, a palavra serve para se referir a uma pessoa que é dedicada, aquele que ama aprender. Tudo certo então. Conseguiu compreender a diferença entre as duas palavras? Seria isso mesmo, são palavras diferentes como pode ver. Se não percebeu, de um modo grosseiro podemos dizer que aluno é aquele que frequenta aulas em uma instituição de ensino, como uma escola ou faculdade. Já um estudante é aquele que faz o seu papel como aluno, de estudar o conteúdo que assistiu em sala de aula. E quantas e quantas vezes ouvimos dizer que devemos ir para escola para estudar? Isso está totalmente errado. Você não vai para escola para estudar, você vai para escola para assistir aula. Aula esta que você deverá estudar em casa, ou em um ambiente de estudo propício, como uma biblioteca. Esse erro de nomenclatura, essa confusão, é que é o grande problema do aprendizado, no qual tentaremos resolver nesse texto.
Ouvir as explicações do professor em sala de aula não é estudar, é assistir aula.
O estudo é uma atividades solitária e por tanto um ato individual de cada aluno.
Provavelmente estamos sendo um tanto quanto agressivos. Você pode sim aprender na escola. Mas seria muito pouco por assim dizer. E porque disso? Porque existe dois modos que o nosso cérebro trabalha, o passivo e o ativo. Quando vamos para aula, sentados em nossas carteiras, prestando atenção no que o professor nos fala, estamos apenas ouvindo o que o mesmo nos diz, e não exercitamos o que aprendemos. O exercício, que seria a parte de colocar a mão na prática, testar nossos conhecimentos, seria em casa, e é a partir do ponto que eu me exército que eu aprendo. Onde a mágica passa acontecer, a base do aprendizado. Deste modo o nosso objetivo será este, entre intercalar a teoria com a prática, de maneira cíclica. Já ouvimos diversa vezes que devemos estudar. Mas de fato, são poucas as vezes que nos ensinam como realmente aprender. Afinal. O que é aprender alguma coisa? Como eu possa estudar de uma maneira coerente e eficiente?

Aprenda a estudar de forma cíclica e como melhorar seus estudos

O que vamos propor aqui não é algo novo, muito menos mirabolante. Na verdade, são dicas simples que acreditamos que possa ajudar você. De que o alicerce de qualquer estudo deve estar fundada em um método. E que método seria esse? Algo parecido como o método científico. Você o conhece? A nossa proposta é que, o aluno deve estar consciente de suas ações, isso porque o que falarmos aqui pode não funcionar com todas as pessoas, visto que dada a diversidade individual, cada pessoa tende a aprende de um modo diferenciado. Sendo assim, porque não permitir que as pessoas testem diferentes metodologias e verifiquem aquela que melhor funcionar para si? Isso é o que pregamos, a autonomia do aluno, para que o mesmo possa ser de fato um estudante. Aquele que pode avaliar seus problemas com seriedade e achar melhor soluções para os mesmos, sempre que possível.
A importância da criação do hábito de estudo
através da criação de um ciclo continuo fechado.
Então. O que eu devo fazer para estudar? Vamos por partes. Para aprender um conteúdo novo precisamos antes de mais nada definir o que queremos aprender. Pegue uma disciplina qualquer de seu interesse e perceba que são muitas as coisas a serem vistas, ficando impossível aprender tudo de uma só vez, em um único dia. E o que deve ser feito para resolver isso? Simples. Pegamos todo o conteúdo que desejamos aprender, e distribuímos o mesmo no decorrer do tempo, semanas, meses, tudo depende do que será visto e de sua capacidade para absorve-lo. Feito a divisão, é preciso estabelecer uma meta de estudo diárias em horas para o conteúdo. Você deve montar um cronograma com o que estudar todos os dias, tarefas curtas do que deve ser feito, e assim você deve ir progredindo, até que todo o estudo da matéria esteja completo. Sempre validando seu progresso através da resolução de exercícios.

Fácil? Nem tanto. Existe alguns problemas no caminho. Aquilo que eu aprendo, também tem chance de ser perdido. Deste modo é preciso intercalar o aprendizado de novos conteúdos com o que já foi visto. E mais um detalhe, precisamos fazer um diagnóstico sempre que possível para verificar, que outros conteúdos eu preciso ter na cabeça para resolver os problemas que eu quero. Um caso muito comum são disciplinas do ramo da ciência, como química e principalmente física, onde o aluno até compreende os conceitos, mas devido a sua baixa habilidade com a matemática, o mesmo não consegue resolver o exercício por não saber operar com exponencias. Ou até mesmo falta de interpretação textual de linguagem, o português, onde o aluno não compreende o enunciado. Nesses caso, aconselhamos a procura dessa suplementação para que você não empaque na hora de resolver os exercícios ou fique sem entender algum assunto por uma deficiência que já deveria ter sido sanada.

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E como eu devo estudar? Você precisa intercalar entre estudo teórico, que seria a leitura do conteúdo, e o estudo prático, que seria a resolução de exercícios. Porque é o exercício que irá garantir se o seu aprendizado foi completo. Sendo assim, exercícios mais complicados demonstram um maior domínio da matéria. Aqui cabe mais um ponto: procure trabalhar com materiais, como livros e apostilas, de boa qualidade, mesmo que possam parecer mais difíceis, esses tendem a apresentar um conteúdo muito mais rico que irá ajudá-lo a compreender realmente a matéria, e não torna-lo um mero ser mecanizado para responder questões prontas. Um bom aluno deve ser capaz de relacionar diversos conteúdos para resolver problemas, que no caso serão os exercícios que você irá resolver ao longo do seu aprendizado, uma garantia, o ponto de verificação, para alertar aquilo que você tem dificuldade, permitindo que se dedique em pontos específicos a serem melhorados.

A diferença entre as matérias exatas das humanidades

Porque será que existe essa divisão boba entre matérias de humanas e exatas? Aqui vem o nosso parecer. Isso acontece porque existe duas formas de conteúdo de maneira geral: os fatos e os conceitos. Fato é todo dado puro sobre algum conhecimento, como exemplo, a data do descobrimento do Brasil pelos colonizadores Portugueses. Conceito são as relações entre fatos, uma relação entre o espaço pelo tempo é o que chamamos de velocidade, uma formula física que relaciona duas grandezas para gerar uma terceira. Como vimos em postagens anteriores. Perceba que, as matérias da parte das humanas teriam mais fatos a serem decorados, enquanto que as exatas apresentariam mais conceitos a serem memorizados. E é sobre isso que devemos ter cautela, pois são duas formas de conteúdos que devem ser aprendidas de forma diferenciada.

As humanas necessitam então de um pensamento amplo, variado e dinâmico. É preciso entender o contexto por de trás de uma guerra para compreender a mesma. Não basta decorar uma lista contendo os objetivos e fatos dos acontecimentos. E para a parte das exatas ocorre o contrário, precisamos ter um pensamento mais específico, linear, estático, para começar um problema e chegar até o fim do mesmo. Deste modo, pessoas que são boas em humans ou exatas apenas refletem como elas tendem a pensar a maior parte do tempo, seja de forma ampla ou de forma fechada. Para se ter um bom aprendizado, indicamos que se trabalhe com os dois modos em alternância. Onde o modo fechado vem quando nos concentramos em uma tarefa, focamos na mesma, e o amplo quando relaxamos e deixamos a nossa mente vagar e fazer conexões com assuntos longes e aparentemente sem semelhança.

Estudar pode se assemelhar ao exercitar físico.
Apesar de serem atividades parecidas. Elas não
apresentam muitos items em comum.
Sobre o procedimento de estudo. Podemos até mesmo fazer uma analogia com o processo de burnout, vindo do inglês, que seria o esgotamento da sua capacidade de absorção de material, onde você não irá conseguir aprender mais nada. Quando isso acontecer, você deve parar de estudar e descansar. Podemos comparar esse efeito com o que ocorre durante as atividades físicas. Digamos que um jovem garoto deseje conquista um corpo bacana na academia. No começo será algo muito tedioso e cansativo, ter que trabalhar a parte aeróbica e muscular. Mas conforme ele prossegue em seu objetivo, as atividades passam a ficar mais fáceis e prazerosas de serem feitas, e logo o mesmo estará passando para etapas cada vez mais avançadas e difíceis. Contudo há um ponto diferencial entre o estudo e o exercício físico, como veremos. Muitos acreditam também no mito que estudo bom é ficar durante oito horas seguidas sentado, debruçado sobre livros e mais livros. Não. Simplesmente não. Essa imagem está totalmente errada sobre o assunto. Isso porque, apesar do ser humano ser capaz de com tempo melhorar sua capacidade física, o mesmo não acontece com a atividade intelectual.

Porque isso acontece? Um pouco de neurociência pode nos ajudar. Existe duas memorias importantes, a de longo prazo, que podemos comparar com o disco rígido de um computador, onde guardamos nossas lembranças e experiências de vida, e a memória de curto prazo, que seria a nossa memória de trabalho, onde processamos as coisas do dia a dia, que comparada, se assemelharia a memória de acesso randômico do computador. O problema é que a memória de curto prazo, como o próprio nome diz, ela é curta, tanto em tamanho quanto em duração. Deste modo, para aprendemos com eficiência, devemos mover o conteúdo dessa memória de curto prazo para a de longo prazo, que é enorme e duradora. E como eu fazemos esse processo? Dormindo. Isso mesmo. Animais como o ser humano dormem porque precisam reestruturar o cérebro com as novas informações adquiridas no dia. Você não leu errado. É isso mesmo.

Como o cérebro se modifica para permitir o aprendizado

Um ciclo de sono dura cerca de 90 a 120 minutos em média. Em uma noite normal de sono de 8 horas, existem um total de 4 a 5 ciclos de sono. Alternados entre os estados de movimento rápido REM e não rápido dos olhos NREM. Todos nós sonhamos todas as noites, o que acontece é que grande parte das vezes não nos lembramos porque os hormônios que permite a memorização não estão em grande quantidade quando acordamos, fazendo com que esquecemos os mesmos. Sonhos são ruídos dessa mágica que acontece todas as vezes que nos deitamos, onde o cérebro passa a avaliar a memória de trabalho, procurando aquilo que deve ser armazenado na memória de longo prazo, e aquilo que deve ser descartado fora. É um processo incrível, porque o mesmo é dinâmico, é a estrutura cerebral, a ligação entre os neurônios que está se movimentando dento da sua cabeça durante o estado de sono.

Seu cérebro funciona como um emaranhado de caminhos. Quando nos colocamos a dormir, reforçamos ou enfraquecemos esses caminhos que ligam os diferentes neurônios contidos dentro na nossa cabeça. Algo muito comum entre estudantes é a falta de tempo para dormir um sono profundo ideal de 8 horas, sendo assim, o mesmo será obrigada a fazer mais revisões sobre o assunto, visto que uma pessoa que durma as 8 horas terá mais ciclos de sono disponíveis para que o cérebro consiga processar os dados que foram vistos no dia. Um ponto interessante é que as vezes acordamos cansados, e outras vezes acordamos muito eufóricos, o que acontece é o período de tempo que acordamos, a cada passagem de um ciclo, o nosso estado de dormeciam diminui e somos preparados para acordar, caso o corpo não veja a necessidade de o fazer, como ir ao banheiro, alertar sobre o frio, entre outros, o mesmo passa para o próximo ciclo. Se acordamos bem na hora mais profunda, durante a fase REM, onde estamos sonhando, em que o cérebro estará ligando e desligando ligações, acordaremos cansados, pois o mesmo não preparou o corpo para o despertar.
Durante a fase NREM o corpo regula hormônios como o do crescimento, fazendo a parte
de restauração de tecidos e crescimento muscular, entre outras funções. Durante a fase REM
  o corpo passa a fazer o processo de fixação do conteúdo visto durante o período de desperto.
Tendo conhecimento desse acontecimento, agora fica fácil entender e compreender o que deve ser feito. O nosso cérebro trabalha sempre por associações. Para que possamos memorizar um conteúdo novo, devemos pegar aquilo que já sabemos e tentar relacionar com aquilo que temos em nossa cabeça. É preciso também estar concentrado, para que distrações não venha importunar nesse processo. Isso porque existe duas maneiras de se pensar, o modo focado, que visualiza apenas um pedaço das coisas, seguindo uma linha de raciocínio lógica, e o modo difuso, que trabalha de modo de escaneamento, relacionando ideias de um modo emocional. Não há um modo certo ou errado. O que há são maneiras de diferentes que devem ser usadas nas situações que pedirem. Quando nos deparamos com um problema, e tentamos e tentamos, devemos nos soltar, relaxar um pouco, e permitir o modo difuso de pensar agir, para encontrar relações antes incomuns que podem levar a resolução do problema. Perceba então que o modo difuso e focado do cérebro se relaciona diretamente no modo amplo e fechado de aprendizado que vimos anteriormente que difere as matérias humans das exatas.

A importância da leitura no aprendizado

Comece de vagar. Você poderá ler Kant sim.
Mas se você não tiver uma boa base, você não
irá conseguir aproveitar o máximo que a obra
tem a oferece-lo. Pense nisso.
Comentamos a respeito da importância do material de qualidade. Agora veremos como usufruir do mesmo. É essencial o desenvolvimento do ato de leitura na vida de um estudante. Isso porque a leitura é um meio estático, onde a dinâmica do aprendizado será dita pelo estudante, que ao ler o conteúdo, irá fazer de seu modo, seja pulando parte que já sabe, ou perdendo mais tempo nas seções que se sentir com maior dificuldade. Diferente de uma aula explanatório ou um vídeo na internet, um livro consegue condensar muito mais informação, onde quem dita o que será visto é o leitor. Este é o ponto chave do porquê devemos ler. E então como podemos desenvolver o ato de leitura? Lendo. Não há escapatória. Mas faça como o nosso garoto da academia. Um degrau por vez. Não sai por aí louco para ler Kant ou Spivak que irá bater com a cara no chão e odiar o mundo. Comece degrau por degrau. Comece lendo coisas simples como um jornal, e depois leia coisas que sentir gosto por, como contos fantásticos. E só depois comece a ler grandes conteúdos.

Em um primeiro momento é preciso fazer com que leia. Isso porque uma pessoa que não tem o habito de leitura apresentará a mesma comprometida. Textos de difícil gramática e compreensão usam frase longas e requerem que o leitor se lembre do que leu nas seções anteriores. Uma pessoa que não está habituada irá simplesmente ler e esquecer o que leu. E não será, portanto, capaz de compreender a mensagem do autor. Sendo assim, quando começar o processo de leitura, se comprometa a prestar atenção nas palavras que lê. Faça uma leitura com seriedade, até que o processo passará a se tornar um ato muito mais mecanizado e facilitado. Sempre que possível tenha papel e lápis para fazer anotações sobre o texto. Quando o ator se referir a algum assunto, você não precisará voltar até o começo do livro, bastará visualizar rapidamente suas notas para se lembrar do que foi dito.

E tomado as notas. Você deverá resolver os exercícios propostos pelo livro. Caso não existir, deve procurar os mesmos em outros lugares, como a internet. E se mesmo assim não estiverem presentes, ou forem muito fracos, tende a criar os seus próprios. O que deve ser feito é atingir a meta de aprendizado que definimos inicialmente. E para avaliar se fomos capazes de atingi-la, devemos testar nossa capacidade com os exercícios. Comece resolvendo os mesmos com as notas que você tirou do livro, de tente com o passar dos dias remover essa muleta, até que consiga resolver os mesmos por conta própria. Não há outro jeito. Aprendizado é memorização, seja de fatos ou de conceitos, é repetição sistemática espaçada no tempo. Sendo assim, não há nada melhor do que uma repetição feita por exercícios, que permite, além de rever o conteúdo, verificar o quanto se sabe do mesmo, do que além de ler e reler o conteúdo, ou repetir o mesmo em voz alta.

Parece que terminamos a nossa postagem por aqui.
Segue abaixo alguns links interessantes para enriquecer o seu aprendizado (em inglês):

Não deixe também de ver o curso "Aprendendo a aprender"  do site Coursera (em português):
terça-feira, 22 de agosto de 2017

A concepção de um aluno perfeito

Se pudéssemos eleger qualidades na formação de um aluno exemplar. Quais seriam?
Para facilitar a compreensão do mundo que o cerca, o ser humano gosta de produzir conceitos superiores, com os quais possa se identificar e procurar atingir. Mesmo que esses não sejam tangíveis em meio prático, pelo menos o ideal criado serve como base para compreender aquilo que se quer obter. Deste modo, conseguimos avaliar o grau de perfeição de um objeto, através da comparação entre o ente transcendente perfeito e o profano. Uma exemplificação simples para isso seria o conceito comum de democracia. Todos os seres humanos têm uma ideia do que seria uma democracia perfeita, e sendo assim, para sabermos o nível de democracia de uma sociedade, basta comparar o estado atual da mesma com o modelo abstrato de nossas cabeças, e averiguar, o quão perto essa chega do modelo perfeito.
Nada garante que uma pessoa inteligente não possa ser boa em
atividades motoras. E vice-versa. Na verdade, são gestos complementares.
Iremos então fazer um exercício semelhante. Pegando um grupo de qualidades que definirá aquilo que denotaremos como o aluno exemplar. Algo muito além do famoso "queridinho do professor". Alguém competente o suficiente para tirar notas máximas em atividades e provas individuais, bem como agir da maneira mais adequada possível dentro de uma sala de aula. Claro que, certamente, esse papo não é novo. Por diversas vezes esse exercício já fora feito. E sendo assim, estaremos nos baseando no trabalho produzido pelo professor e YouTuber Nerckie, onde em seu site, Vestibulandia, o professor nos apresenta um texto corrido que visa discutir esse assunto de maneira breve. A nossa proposta será então, através deste texto, abordar as qualidades citadas por Nerckie, e fazer comentários a respeito do porquê tais foram assinaladas, assim como toda discurso a respeito.

De maneira geral. Segue-se as cinco qualidades básicas com a sua descrição mais curta:
  1. Inteligência: Capacidade de resolver problemas com o conhecimento adquirido.
  2. Conhecimento: Toda a informação memorizada por uma pessoa.
  3. Precisão: O quão exato uma pessoa consegue resolver um problema.
  4. Eficiência: Se a pessoa se utiliza do melhor método de resolução para cada problema.
  5. Segurança: Resolver os problemas sem que o nervosismo atrapalhe.
Tomado então o conhecimento inicial das qualidades, vamos falar a respeito das mesmas: quando falamos de inteligência, muitas pessoas se questionam se realmente essa seria algo inato, de nascença, ou algo que se aprende. Bem. Utilizaremos a analogia do elástico, onde todos podem ser puxados, forçados, a melhorar suas condições iniciais de inteligência. Contudo é de se notar, que existem uma alta gama de elásticos diferenciados por sua rigidez, onde alguns seriam mais duros, difíceis de serem puxados, e outros mais maleáveis, mais fáceis de se esticarem. Sendo assim, algumas pessoas poderão demorar mais tempo para aprender do que outras. Mas nada impede que as mesmas não possam ser puxadas. Talvez quem sabe, qualquer pessoa pode se tornar um Einstein, contudo a pergunta certeira seria: quanto tempo levaria para uma pessoa comum obter as habilidades cognitivas de um Einstein?

Ter um boletim apenas com notas máximas é um sonho utópico.
Contudo a busca pelo mesmo não nos deixa parar de sonhar.
Algumas pessoas acreditam que na verdade o que ocorre seria a aquisição de conhecimento. E não que uma pessoa se torne mais inteligente. Sendo assim, a capacidade de absorver conteúdo de uma pessoa seria algo limitado. Mas dado a disciplina e o esforço, todos podem aprender qualquer coisa que quiserem, contanto que tenha visto os conteúdos que antecedem aquilo que se deseja aprender. Realmente isso é muito importante. Não irá adiantar nada compreender a mecânica da física clássica, sem antes compreender os conceitos elementares de aritmética e álgebra da matemática. Procurar entender que os conceitos estão todos relacionados entre si, é portanto, algo crucial para a criação de um bom aluno. Esse seria capaz de enxergar as matérias como elas são, em sua totalidade, e não como meros pedaços isolados que não se comunicam entre si.

Sobre o terceiro item da lista, esse nos revela o propósito da repetição. Há uma famosa frase que alguns gostam de martelar, em que "a prática leva a perfeição", o que não está de todo errado. Mas a mesma se encontra incompleta. Isso porque se faz necessário não apenas a prática feita de maneira incansável e desregrada. É preciso antes de tudo ter a base teórica necessária para se experimentar da prática. Como podemos resolver um exercício de história do Brasil se a desconhecemos e não lemos a respeito do assunto? Parece meio obvio, mas de fato não o é. Muitas das vezes nos vemos desesperados, cometendo os mesmos erros nos exercícios por diversas vezes, por justamente não termos aprendido os conceitos chaves de uma matéria. Por tanto, sempre que fazer um exercício, procure revisar os conceitos antes de tentar resolve-lo.

E para os dois últimos, vemos o uso da esperteza a favor do aluno. Em especial no último. Muitas pessoas realmente sabem o conteúdo de uma prova, vão fazer a mesma, e acabam indo mal. O que aconteceu? A falta de controle emocional para gerenciar o estresse e o nervosismo. Esse que é um elemento essencial, para a resolução de provas com tranquilidade. Sabendo que as mulheres tende a ser mais emocionais que os homens, seja por motivos biológicos ou porque a sociedade as trata com maior delicadeza, a expressar o que sentem, essas passam a ser as mais prejudicadas. Estudos mostram que, enquanto mulheres tende a ficar pesando nas possibilidades do que deveriam ter feito em uma prova, homens apenas aceitam o acontecimento e deixam o mesmo no passado. Portanto eles estão muito mais dispostos e se esforçarem para um futuro, do que remoer o que já aconteceu.
A ansiedade é um problema que acomete muitos jovens da contemporaneidade.
Em especial, as mulheres acabam sendo as mais prejudicadas com o problema.
Não podemos também ser tolos de acreditar em frases no estilo "eu não decorei, eu aprendi". Isso porque qualquer ato cognitivo está intrinsecamente relacionado ao processo de memorização. Quando dizemos que aprendemos algo, significa na verdade que memorizamos o conceito daquele assunto e não os seus fatos em si. Tome como exemplo a tabuada, existe o fato, que são os números na tabuada da multiplicação, onde sempre sete vezes oito será igual a cinquenta e seis. Agora já o conceito, de que a multiplicação é a soma repetitiva de um número pelo outro, é outra coisa. E de fato, conseguimos encontrar pessoas que conseguem memorizar o conceito da tabuada, mas não os seu fatos básicos, como as tabuadas do um ao dez com maestria, que são essencial para um bom desenvolvimento da aritmética.

Reorganizar e pensar na melhor solução para um problema pode ser talvez um dos mais complicados atos. Uma grande dificuldade que vemos é a falta de vontade, em se dissertar a respeito de um assunto nas provas de humanas, com respostas curtas e insuficientes, ou também o oposto disso, com respostas longas, mas sem grande significado, sempre passando pelas suas bordas, mas nunca ofertando a resposta em si para a questão. O que deve ser feito é ser sempre direto e conciso ao se utilizar das palavras. Não somente nas linguagens humanas, mas também nas exatas. Saber manipular formulas para resolver problemas de estequiometria química de maneira eficiente é um achado exclusivo. Realmente são poucos os alunos que conseguem fazer tal façanha com rigor. Devido que outras qualidades devem estar muito bem refinadas para que isso venha acontecer.

É de se notar que as qualidades que vimos e analisamos acima são primordialmente voltadas para a capacidade de se passar em uma prova. E entrando mais a fundo no quesito como se comportar em sala de aula, devemos formular um aparato para conseguimos obter tais qualidades. Quais seriam então as precedências a serem tomadas para tal feito? É interessante notar então inicialmente que, dado a diversidade de estilos de professores, como o aluno deve se portar irá corresponder às preferências desses estilos. Não que o aluno deva ser um robô paralitico, passivo em ouvir o mesmo. Muito pelo contrário, deve também, e porque não, se necessário, confronta-lo, visando expandir os horizontes do mesmo, caso sejam de certo modo, limitado em alguma parte.

Selecionamos então alguns itens para a lista de ações a serem tomadas:
  1. Participativo: Ser capaz de interagir durante as aulas.
  2. Perseverança: Não desistir facilmente e correr atrás dos estudos.
  3. Organização: Ter habilidade em planejar e controlar os estudos.
Quando falamos em participação, estamos sugerindo que os alunos venham de "corpo e alma" para a sala de aula. Muitas vezes nos sentimos absortos por outros pensamentos que não dizem em nada a respeito com a matéria. Com isso vagamos longe e perdemos o foco. Quando vemos, já perdemos o fio da meada. Por tanto, interagir com o professor, como fazer perguntas a respeito do assunto, quando tiver dúvidas, é sempre bem-vindo, e porque não, com os próprios colegas de classe. E caso o professor tenha aversão em responde-las, o que pode ocorrer, procure ajuda de outros, ou até mesmo na própria internet. Há muitos fóruns de discussão sobre os mais diversos assuntos. Caso domine a língua inglesa, terá ainda o privilégio de obter informações muito mais elaboradas, como deve saber.
Não estude de maneira prolongada. Quando estiver cansado, pare.
O seu cérebro precisa de pausas para compreender aquilo que foi visto.
No segundo tópico de nossa lista. A perseverança, nos diz respeito da ideia de não desistir nas primeiras tentativas, e nem nas últimas. Ficamos por horas e horas ao tentar responder um exercício que seria respondido em alguns minutos segundo o professor, e ficamos frustrados com isso. Não se deixe abalar. Para resolver o problema temos que ir ao terceiro tópico: em planejar os estudos. Hoje eu não consegui resolver. Para e pense. Porque eu não consegui resolver? O que faltou para que eu pudesse resolver a questão? O que eu posso fazer para melhorar? São perguntas simples como essa, mas com uma resposta dificultosa, que irá leva-lo a responder suas dificuldades. A automotivação é então uma peça chave de qualquer bom aluno. Sem ela nos tornamos opacos e deixamo-nos levar pelas emoções e sentimos do momento.

Nas próximas postagens. Iremos visualizar o viés mais prático.
Do que deve ser feito e como deve ser feito. Fique no aguarde!

Você pode conferir a postagem do professor Nerckie pelo link abaixo:
terça-feira, 18 de julho de 2017

A origem do conhecimento e a produção de significado pelos homens

Não somente de inteligência racional vive homem, mas também de inteligência emocional.
Nesta postagem iremos discutir a respeito da temática do conhecimento, explorando sua natureza, sua definição. E veremos como o conhecimento se relaciona com outros itens antecedentes, como os dados do mundo e as informações que são gerados a partir desses. Bem como as nomenclaturas de inteligência que existem e seus diferentes tipos e usos. Bem. O conhecimento pode ser descrito como o ato ou efeito de ser obter informações sobre um determinado ente do mundo. Este podendo ser material e real, como uma maça, ou imaginário e abstrato, como a quantidade de maças presente dentro de uma caixa. Perceba que, enquanto a maça existe e é real no mundo, os números não existem na natureza em si, mas apenas o seu conceito quantitativo de classificação, em dizer quantas maças existem na caixa.

Maças e outras frutas são objetos do mundo
que podem ser abstraídos pelos humanos.
O mundo é composto por uma série de objetos e cada um deles apresenta características intrínsecas ao mesmo. Para essas características damos o nome de dado, que é todo o elemento identificável em um objeto, que quando recebe um processamento, através de uma análise quanto a seu contexto e propósito, obtemos a informação, que é o resultado da análise desses dados, tornando-se útil para o receptor desses, que os organiza e categoriza, estruturando-os. Quando pronuncio o atributo puro vermelho, estou me referindo a um dado, quando digo que a maça é vermelha, estou informando o atributo de um objeto, por tanto, uma informação. Por fim temos o conhecimento, que é habilidade de relacionar informações, de procurar padrões através da reflexão e síntese. Dando uma funcionalidade ao objeto.

Se sabemos que maças vermelhas são boas para comer, e que as maças verdes não são boas para tal ato. Podemos tomar conhecimento que devemos comer as maças vermelhas e não as maças verdes. Ao relacionar a qualidade do gosto da maça a sua cor, derivamos que podemos saber se a mesma pode ser comida ou não apenas por esta característica, e não precisamos então, necessariamente, comer a maça para saber se a mesma se encontra boa ou não para o consumo. Isso é o conhecimento que adquirimos através da combinação de informações. Deste modo, temos a ação a ser tomada com base no conhecimento. As decisões humanas são feitias tomando isso como base. Quanto mais conhecimento tenho, mais liberdade tenho para escolher entre as diversas opções que predisponho.

A diferença entre inteligência, sabedoria e esperteza

Tudo isso muito interessante. Agora vamos dar uma olhada na definição de inteligência. Inteligência pode ser definida como a habilidade de se resolver problemas. Inteligente é por tanto aquele capaz de abstrair as informações de um problema, pensa em uma forma de resolve-lo, planejando passos e artifícios, que por fim irá gerar uma solução valida e logo correta. Grande parte das vezes quando tratamos de inteligência vemos apenas uma única faceta de sua existência, que é a inteligência racional através do famoso quociente de inteligência, o bom e velho QI. Contudo devemos lembrar que temos um outro tipo de inteligência, tão importante quanto a primeira, que é a inteligência emocional, também chamado de quociente emocional, abreviado certa vez por QE. Sendo essa última irracional, não sentido estrito da palavra, e sim que a mesma não segue as leis lógicas da razão e sim da emoção. Tendo esta, portanto, uma lógica diferenciada e própria para si.

A inteligência, sendo assim, está estritamente relacionada com a velocidade em fornecer uma resposta válida para algum problema. Pessoas inteligentes por tanto são as que consegue resolver um problema no menor tempo possível. E menos inteligentes são aquelas que demoram ou não conseguem solucionar o problema. Quando falamos em inteligência emocional, perceba que o problema deixa de ser resolver contas matemáticas e afins, mas sim em saber lidar com as pessoas ao seu redor. Pessoas estressadas e com pouca paciência, bem como pessoas que não consegue se relacionar com os outros, podem indicar uma baixa inteligência emocional. Apresentadores de televisão e comerciantes são exemplos de profissões que requerem altas habilidades nesse tipo de inteligência.
A inteligência emocional é uma habilidade que infelizmente não é
ensinado nas escolas, e por tanto, deve ser aprendida no decorrer da vida.
Já a sabedoria se trata do acumulo de conhecimento obtido por uma pessoa. Uma pessoa é sabia se a mesma é detentora de muitos conhecimentos. Geralmente a sociedade atribui o título de sábio aos idosos, por terem vivido a vida por mais tempo que os jovens, e assim, terem acumulado um alto grau de experiências sobre a vida. Contudo nem sempre isso se verifica, dado que para ser sábio a pessoa precisa ter obtido o conhecimento, se a mesma não tiver vivenciado muitas experiências, poderá ser um idoso e menos sábio que um jovem que tenha vivido várias experiências diferentes e obtido o conhecimento a partir dessas. Deste modo, ser sábio é melhor que ser inteligente. Pois o sábio ao ter se deparado por inúmeros problemas, tem mais conhecimento para raciocinar, logo resolver problemas de maneira mais eficiente e rápida. Quanto a inteligência diz respeito mais da capacidade de raciocinar apenas, este pode ter mais dificuldades, pois pode lhe faltar experiência para solucionar as questões que são lhe dado.

Por fim temos a esperteza. Esperto é aquele que se utiliza de seus conhecimentos para um dado benefício, seja próprio ou coletivo. Produzindo necessariamente uma ação contextualizada. Podendo ser empregada tanto de forma pejorativa, como “tirar vantagens”, o chamado espertinho, ou não. Comer a maça vermelha é algo a ser feito porque é bom. Perceba que na esperteza há por tanto sempre um juízo de valor. Onde se pondera aquilo que deve ou não ser feito. Uma pessoa pode ser esperta e não necessariamente inteligente. Pessoas espertas geralmente são líderes e chefes de grupos, pois conseguem obter o melhor de cada um dos indivíduos para que a resolução de um determinado problema seja feita da melhor maneira possível. Reduzindo-se custos e aumentando os lucros de uma empresa por exemplo, evitando a de sobrecarregar de atividades nas pessoas, conhecendo seus limites, ou não designar tarefas que não compete a determinadas pessoas. Perceba que a inteligência emocional se faz muito importante que a inteligência racional.

Semiótica e o estudo dos objetos do conhecimento

No ramo da aprendizagem encontramos as definições, que podem ser divididas em conceitos e fatos. Conceitos são relações de fatos. Os fatos são os dados em si em sua forma pura e devem ser, portanto apenas memorizados. Enquanto os conceitos, deve-se ter os fatos memorizados e juntos com esses, memorizar suas relações. A frase “aprender é recordar” ser refere diretamente a esse processo de decorar fatos e conceitos que serão utilizados para a resolução de problemas, é a sabedoria. A maneira como você ordena os conceitos e os fatos para encontra a solução de novos problemas é a sua inteligência. Tudo que é novo fica a cargo da inteligência, e tudo que é velho, que já foi visto fica encarregado de ser resolvido pela sabedoria. Os sábios são mais rápidos porque ao presenciarem o problema antes, ou parecido, conseguem resolve-lo em menor tempo, do que uma pessoa inteligente que terá que desenvolver todo o raciocínio do zero caso esta não tenha o conhecimento suficiente dos conceitos e dos fatos do dado objeto, como vimos anteriormente.

Segundo Pierce a semiótica pode ser representada por um triângulo composto por três atores distintos: o objeto, representando o ente na natureza em sua forma pura, e junto a esse temos o signo, que é a representação figurada desse objeto imaterial ou real. Um exemplo elucidativo seria as placas de transito que representam a sinalização a respeito do que é ou não permitido nas ruas e estradas. Logo temos o interpretante, o agente capaz de relacionar o signo a seu objeto e vice-versa. Quando vemos uma placa de proibido estacionar, vemos o seu símbolo, no caso a letra e maiúscula cortada, onde o corte significa proibido, e o e maiúsculo deriva da primeira letra da palavra estacionar. Esta representação foi assimilada ao objeto imaterial de que não podemos estacionar no local onde esta placa estiver posicionada, representando o signo do objeto de proibição.
O triangulo de Pierce pode ser utilizado para compreender
como a linguagem humana é construída e se molda para
abstrair os objetos em signos inteligíveis.

Para os signos, Pierce produziu uma divisão ampla e categorizada de três formas a relação entre o signo e o objeto: o ícone como imagem, em que se caracteriza com o objeto através de sua semelhança com esse, já o índice é utilizado para indicar, apontar a presença de um dado objeto por uma relação de consequência por contiguidade, onde ao se encontrar o objeto irá ser encontrar o outro dado objeto. Por fim temos o símbolo, onde é feito uma representatividade do objeto por uma abstração, sendo muitas vezes arbitrário e convencionado. Para elucidar as relações tomadas, podemos ter uma fotografia como um ícone, onde a relação da imagem de uma pessoa na vida real e na foto é feita de maneira direta. Um sinal de fumaça ou uma pegada na areia indicam presença de fogo e de que alguém passou naquele local, uma relação de contiguidade. E o simbolo da "cruz vermelha" simboliza a presença de um hospital, perceba que o sinal de mais que representa esse simbolo não há qualquer relação com saúde ou um hospital. Com isso obtemos a definição de linguagem para Pierce, que consiste em um agrupamento de signos, que nada mais são do que objetos que está no lugar do outro. As palavras, por exemplo, são uma forma eficiente em abstrair as coisas do mundo, bem como a fala oral, mesmo por certa vez serem tão ambíguas quando mal utilizadas.
sábado, 20 de maio de 2017

Procrastinação nos estudos. Como ser mais produtivo

A arte de deixar para depois é um problema sério presente em vários alunos. Como vencer essa questão?
Certamente um dos maiores vilões que impedem um bom estudo é o ato de procrastinar. Procrastinação vem do latim e significa literalmente “deixar para amanhã”, é aquilo que poderíamos fazer hoje, mas por preguiça, falta de vontade, colocamos o trabalho para frente. Por que será que fazemos isso e não conseguimos tomar as rédeas de controle de nossas vidas? Em termos evolutivos a origem da procrastinação se encontra que devido a futuro incerto aqueles que se contentaram com ações imediatas foram o que sobreviveram e passaram seus genes adiante. Contudo em um mundo civilizado onde o homem passa a exercer maior controle, a procrastinação passou a ser um problema, visto que foram geradas muitas metas de médio e a longo prazo que precisam ser resolvidas de maneira rápida e eficiente.

Esse é o cerne da procrastinação, do porque temos esse comportamento irracional. Por sermos criaturas a procura de prazeres, aquilo que nos dar satisfação primeiramente, será aquilo que será seguido. Com isso certamente fazer qualquer outra coisa é muito mais legal e divertido do que abrir os cadernos e começar uma sessão de estudos. Por que? Simplesmente porque a graça do estudo não se encontra no dado momento que se faz o ato, mas no futuro, seja através de uma boa nota em uma prova, ou a felicidade de se passar em um vestibular. Até mesmo assim: porque não o contentamento consigo mesmo em saber de um determinado assunto que o deixa feliz? Como começar a tocar um instrumento? Para isso iremos passar por alguns pontos que podem ser uteis para evitar a procrastinação, e não ter mais tarde que correr do pânico de se fazer uma prova que não se dedicou a mesma.

Definições claras de objetivos e delimitação temporal

A capacidade de quebrar problemas em pedaços
menores contribui com uma melhor compreensão
do conteúdo e na redução da procrastinação.
O primeiro passo a ser feito para evitar a procrastinação nos estudos é a definição de um objetivo claro e cristalino. A natureza tende a seguir o caminho mais fácil possível, e nossos cérebros por serem produtos da natureza fazem o mesmo. Com isso se você deseja estudar, deve facilitar o seu estudo. É preciso quebrar o conteúdo em pedaços pequenos e consumir esses pedaços, um por um, quando nos depararmos com um grande trabalho a ser feito e o deixamos para depois com medo de enfrenta-lo. Então devemos dividi-lo e ir fazendo aos poucos o que deve ser feito. Isso facilitará muito a realização de qualquer atividade, não somente no meio acadêmico, mas na vida pessoal também.

Outro ponto então é a questão de limitação temporal, você pode usar o seu celular e colocar um timer, que é um dispositivo onde você define um período e ele avisa quando esse tempo acaba. Isso permite que você consiga ter um maior controle sobre suas tarefas e definir com precisão o quanto você irá desprender-se para resolve-las. Quando não colocamos tempo nas coisas, o nosso cérebro compreender que a tarefa não terá fim, e com isso podemos ficar muitas horas nela, e nisso já sofremos um bloqueio natural. Além de possibilitar uma entrada para a atividade, um ponta pé inicial, você consegue controlar o tempo, podendo quem sabe adicionar mais algumas horas ou dias depois, caso não consiga terminar a tempo. Permitindo fazer razão entre o que foi feito e ao tempo fornecido para a execução da tarefa.

Utilize-se do site Timer Online para controlar a duranção do seu tempo de estudo. Para marcação do tempo de execução de uma tarefa, utilize-se do site Cronômetro Online como ferramenta. Acesse agora mesmo!

Tente também quando for começar uma nova tarefa parar todas as outras atividades paralelas. Essa com certeza já é conhecida para evitar a procrastinação nos estudos, e certamente muito alunos já o fazem que é se desconectar do celular e das redes sociais. Desligue os aparelhos porque eles predem muito a atenção, e quando se deparamos já estamos fazendo outras coisas que não era para estar sendo feitas, como ver conversas e chamadas no celular. É preciso se concentrar, então antes de começar tente fazer uma meditação, esvaziar a mente das bobagens e focalizar no conteúdo que será aprendido, faça respirações breves e comece a contar até um determinado número, dez ou cinco, e repita o processo algumas vezes, três ou cinco vezes. E então inicie a tarefa. Estará muito mais concentrado depois disso certamente. É preciso gerar aquilo chamamos de fluxo, ou flow do inglês, para que se possa realmente ter um aprendizado profundo.

A importância da geração do estado de fluxo

O estado de fluxo é quando fazemos uma atividade e perdemos a noção do tempo. Quando nos encontramos tão imersos no que estamos fazendo e quando olhamos para o relógio não acreditamos que tenha passado de maneira tão apressada ou lenta o fluxo temporal. Grande parte das vezes fazemos isso com coisas que gostamos, quando praticamos esportes, apreciamos uma boa música ou quando temos uma boa conversa entre amigos. Mas muito difícil com coisas que não gostamos. Com isso, para gerar fluxo nos estudos, é preciso remover as energias negativas, os pensamentos ruins a respeito da disciplina e do conteúdo que não gostamos. Dizer que odeia matemática só irá reforçar para você mesmo o quanto você não gosta dessa matéria. É preciso navegar na contramão para começar a agir através do fluxo.
Os artistas foram o objeto de estudo de Mihaly que através da sua abordagem
 conseguiu demonstrar a existência do estado de fluxo.
Proposto inicialmente pelo psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi em seu livro a “Descoberta do Fluxo”, Mihaly argumenta através de sua psicologia positiva que o estado de fluxo, também chamado de experiência ótima, continha uma série de elementos que a caracterizava como prazerosa. Que fazia com que os sensores receptivos parecem de responder e a pessoa pudesse se dedicar integramente a uma determinada tarefa. Em seu experimento as pessoas nesse estado se descreviam que a tarefa poderia ser completada e que na mesma havia objetivos claros que ofereciam respostas imediatas, também chamado de feedback, bem como com envolvimento profundo na ação que era feita sem esforço e com controle sem despreocupações, além da alteração na passagem do tempo. Dentre essa lista de pontos, o único que não se poderia encaixar nos estudos é a ideia de se estudar sem esforços.

Para que se aja estudo é preciso se esforçar, visto que o conteúdo a ser visto seja desconhecido, não será nada divertido ter que aprendê-lo. Entretanto, conforme vamos nos debruçando sobre a temática a ser estudada, mais familiarizados nos tornamos da mesma, e deste modo conseguimos aumentar nosso engajamento na disciplina. Por isso quanto mais se conhece sobre um determinado assunto, melhor será o meu aprendizado e também a redução do meu nível de procrastinação sobre determinada tarefa. É preciso então prepara o terreno antes e não cair em cima dos tópicos complicados e questões difíceis. O aprendizado deve ser feito de maneira gradual para se evitar o desinteresse e frustração, que podem gerar o chamado bloqueio de pensamento que vimos anteriormente. Ou ser for muito fácil, o tédio por desinteresse, no caso em que a tarefa não apresentar desafios a serem tomados.
Desenho gráfico esquematizando a linha de fluxo, não muito acima e nem muito abaixo,
mas na medida de exata, que permite que a percepção de tempo se desprenda.

Tenha recompensas após a sessão de estudos e não se cobre de mais

Após estudar durante horas e não receber nada nosso cérebro acaba por desanimar, com isso para continuar empenhado, montar um esquema de recompensar pode ajudar. Não coma o chocolate que tanto goste antes de terminar as atividades, não assista aquele vídeo de maquiagem antes de acabar com o que está fazendo. Use esses recursos como recompensa. Aproveita os descansos de cinco a dez minuto entre as sessões de estudo para fazer mimos a si mesmo. Entretanto não aguentou e comeu o chocolate mesmo assim? Não tem problema, chorar por atos passados não irá ajudar em nada. É preciso fazer novas promessas que na próxima vez isso não irá acontecer e cumprir com o que prometeu para si mesmo. Se não conseguir, utilizar-se de alguém como testemunha, como o irmão ou a namorada que podem ser ainda mais efetivos pois não gostaríamos de desapontar aqueles que amamos, e eles também pode ajudar nas cobranças.

Apesar de tudo, uma grande dificuldade seria a questão das atividades que não apresentam uma meta temporal, são os afazeres que não são estipulados prazos, como por exemplo: tentativas de entrar em uma dieta para perde peso, começar a praticar esportes, dar o início a um hábito de leitura. São tarefas que visam a melhora pessoal, e como não colocamos um prazo a procrastinação ser dará no direito de sempre nos fazer adiantar essas tarefas para colocar outras prioridades na frente. Por isso é tão importante o conceito de colocar prazo em tudo o que deve ser feito. Deste modo, através desta postagem esperamos que os alunos possam se dedicar mais e utilizar essas estratégias mencionadas no decorrer do texto para evitar a procrastinação nos estudos e obter uma vida mais dentro dos prazos.
sexta-feira, 21 de abril de 2017

Quais são as formas de aprendizado que existem? Conheça a pirâmide do aprendizado

Qual é o melhor método de estudo que existe? Como eu posso memorizar mais assuntos?
Grande parte das pessoas reconhecem a importância de se fazer uma boa leitura de um livro, da necessidade de se grifar as partes importantes com um marcador de texto, ou o uso canetas coloridas para essa finalidade. Outros ainda identificam que ir para as aulas assistir o professor lecionar estariam aprendendo apenas por ouvir o mesmo se pronunciar sobre o assunto. Que grande erro estariam esses cometendo, ao saber que na verdade existem formas melhores e muito mais eficientes de se aprender. Por causa disso, iremos mostrar nesse artigo a pirâmide do aprendizado e como ela pode ser útil para melhorar a performance de um estudante em sua vida escolar.

Dado a dinamicidade do ser humano, o mesmo não pode se apresentar como um ser passivo, que pretende assimilar o conteúdo por osmose, estático ao mesmo, apenas sentado sem fazer qualquer esforço ativo. Deste modo, justamente, existe uma escala que determina o grau de retenção de uma pessoa com base nas diferentes formas de se aprender, é a chamada pirâmide do aprendizado. E como era se de esperar, quanto menos ações o indivíduo toma, maior é a perda do conteúdo visto. Por causa disso, assistir aulas de um professor ou ir em palestras faz com que o indivíduo retenha apenas 5% do conteúdo que foi observado no dia que em que ocorreram.

A importância de ser um ser ativo no processo de aprendizado

Se faz então preciso o uso da ação. Mas o que seria isso? Seria em fazer com que o aluno se torne responsável pelo seu aprendizado. Neste caso, o mesmo precisa de um método ativo, que o mobilize, que o faça pensar, em questionar aquilo que ele receba, que cometa erros, e que através desses possa reconfigurar-se para o acerto. Deve-se ter uma atenção total. Por causa disso a maior retenção vem justamente de atos que visam a produção, dentre eles a resolução de exercícios, criação de textos, interpretando e montando, e certamente revisando os possíveis erros e pontos de melhoria de forma continua. É assim que o ser humano aprende a aprender.
Esquematização da pirâmide do aprendizado contendo
as formas de assimilação de conteúdo de forma ordenada.
O ponto interessante, por tanto, seria a base da pirâmide, em ensinar alguém. O ato de lecionar é em suma o grau máximo, porque aquele que ensina é forçado a se reavaliar de forma constante devido as possíveis perguntas que serão feitas sobre os seus conhecimentos que este passa a seus alunos. Assim sendo, se tem a prova do porquê os professores dominam tanto as suas respectivas áreas de ensino, nem sempre foi assim, mas conforme o mesmo vai avançando na carreia, passando a repetir por diversas vezes as aulas, este acaba por se tornar um grande conhecer de seu campo, mais ainda por saber que cerca de 90% de retenção é feito através do ato de ensinar os outros.

Devemos lembrar também que nem sempre isso pode ocorrer, do professor se tornar um grande conhecedor, se temos uma aula onde o mesmo se apresente rígido, inflexível e não inclinado a responder as dúvidas de seus alunos. Este irá se estagnar no tempo e irá saber apenas aquilo que se esforçou por aprender durante seu tempo de estudo na faculdade. Veja que o processo por vez pode ser visto como uma mão dupla, onde apesar do professor entregar a maior parte por ter estudado objeto a ser aprendido pelos alunos, é justamente o desejo pelo saber dos discentes que irá lapidar a habilidade do professo em um processo continuo de aprendizado. Melhorando não somente seu conteúdo, tendo que estudar para responder as dúvidas de seus alunos, mas também a sua didática, de como o mesmo irá passar o que sabe adiante.

Comparação entre os níveis de aprendizagem

Assim temos no ponto mais alto da pirâmide de aprendizagem os métodos passivos como ler, ouvir e ver, que são feitos através dos sentidos apenas, com cerca de 10%, 20% e 30% de retenção respectivamente. Como não há uma ação não há uma necessidade do cérebro em memorizar essas informações. Quando passamos a interligar esses métodos passivos, melhoramos um pouco o nosso aprendizado, como assistir um vídeo contendo imagens, texto e sons, mas para ser de uma forma mais completa o aprendizado é preciso ir além, e usufruir-se dos níveis mais baixos de atividade da pirâmide, que consiste em comentar e discutir com outras pessoas, fazer alguma coisa relacionada, e ensinar os outros, totalizando em 70%, 80% e 90% os níveis de retenção desses respectivos métodos ativos de aprendizagem.
Outra piramide de aprendizado mostrando os diferente métodos
de aprendizado e respectivos graus de assimilação de conteúdo.
Agora vejamos. Encontramos um grande problema. Os métodos mais abaixo da pirâmide são muitos imediatistas, eles requerem o uso direto daquilo que foi aprendido. De certo modo não podemos jogar os métodos inferiores na lixeira, porque para que possamos executar o que está na base precisamos obter o conhecimento inicialmente pelos métodos do alto da pirâmide do aprendizado. Sendo assim a melhor forma de se aprender seria o uso de constantes revisões atrelado ao uso dos métodos do topo para que se tenha uma base, por isso assistimos aulas, e depois que se tem essa base se parte para os métodos da base, onde iremos debater e discutir aquilo que foi aprendido primeiramente em sua forma individual.

Ao iniciar uma discussão com os alunos, o professo está justamente fazendo com que os aprendizados indivíduos e diferentes entre em conflito e com que os alunos possam verificar aquilo que seja verdade e aquilo que foi assimilado de forma errada. Quando existir dúvidas a respeito, os mesmos podem sempre consultar o uso de livros e apostilas sobre o assunto, que foram produzidos por pessoas muitas vezes renomadas no determinado assunto que se pretende aprender. É o entrave que por tanto é capaz de potencializar o aprendizado. É possível aprender de maneira única e solitária, contudo se faria necessário a criação desse sistema de questionamento de forma individual. Pensando nisso se tem as listas de exercícios que procuram fomentar o questionamento e a auto validação que seria feita no debate.

Quem são os autores da pirâmide do aprendizado?

A teoria de como aprendemos em diferentes graus com base na técnica que utilizamos para aprender foi produzida pelo psiquiatra americano William Glasser através da sua teoria da escolha. Seguindo Glasser o professor não deve se apresentar como um ser supremo e inquestionável, mas sim como um guia, com aquele que irá facilitar o aprendizado de um assunto por justamente este já ter explorado a área com rigor e agora sabendo os melhores caminhos para percorrer o assunto, irá na medida do possível passar esse conteúdo para frente. Segundo William a melhor educação, a perto da ideal, é aquela que faz com que os alunos pensem a respeito sobre aquilo que aprendem, sendo o papel do professor por tanto de promover a discussão, o diálogo e assim o crescimento dos alunos.

Vemos portanto, que para William Glasser o problema da aprendizagem na seria da escolha em si, mas de como os alunos estariam se empenhando para aprender. Não basta investir em educação quando se tem alunos desmotivados, dispersos, e desinteressados pelo aprender. O que precisa ser feito é uma mudança cultural, na forma com o aluno adere aos estudos, em um compromisso de assumir seus atos. Se temos um grupo de alunos que acha normal ou correto tirar notas ruins vemos que existe sim uma falha nos alunos, que pode ter sido gerada por diversos fatores, até mesmo pelo estado da sociedade que considera esse fato como algo comum. Não se pode. Se faz necessário pôr a mão na consciência. Ser um ser crítico e responsável. Porque a realidade é feita de pessoas que se comprometem com aquilo que fazem. E não por pessoas que sem palavra, esta que se banalizou.
Esquema do conde de aprendizado dividido entre o método passivo no topo
e o método ativo na base da figura, com os respectivos graus de retenção de conteúdo.

Entre outros contribuintes se encontra Edgar Dale que chama a pirâmide de o cone da experiência. Na verdade, o que se tem é que a pirâmide de aprendizado seria um mito bem-intencionado. Visto que o que se tratava inicialmente era um cone agrupando métodos audiovisuais na sala como algo a melhorar a educação. Essa pirâmide inicial proposta no livro Audio-visual Methods in Teaching de 1969 não continha nem mesmos números. Os números foram produzidos por Paul John Phillips da Universidade de Texas, sem qualquer método científico comprovatório dessas porcentagens. Mais tarde os números foram combinados com o diagrama por um desconhecido. E o mito estava montado.

Para saber mais a respeito confira os seguintes links voltados ao assunto (em inglês):

A pirâmide de aprendizado é um mito então?

Depois de termos aprendido a respeito sobre a pirâmide de aprendizado de ter descoberto que a mesma se trata de um mito, ainda assim podemos utiliza-la? Bem, podemos porque a mesma faz um certo sentido lógico, contudo não podemos ser dogmáticos em acreditar que retemos as seguintes porcentagens em cada um dos processos mostrados. Seria um verdadeiro absurdo. Na verdade, fora feitos estudos com base nessa pirâmide e o que foi notado é justamente o grau de atenção do estudante que determina o quando este irá aprender sobre um determinado assunto. Cada indivíduo, cada pessoa é única, e, portanto, aprenderá de maneira diferente das outras, alguns são mais visuais, outro mais auditivos, alguns mais sinestésicos. O que é importante é descobrir o melhor método para cada um.

Dados a diversidade que compõem a sala de aula, de cada universo particular em cada mente que se sente para assistir uma aula, o papel do professor, portanto se faz em propor o maio número de possibilidades de aprendizado, ao se utilizar dos mais variados métodos e meios este estará contribuindo para que os alunos possam ver e analisar aquele que for melhor para si. E assim certamente o professor estará fazendo sua parte como facilitar do aprendizado de seus alunos. Não podemos jogar nossos livros foras em favor do uso de vídeos aulas e de apenas recursos interativos. É preciso uma alta gama de meios para que se possa chegar no aprendizado. Isso sim foi visto nas pesquisas e comprovado como realmente efetivo.
sábado, 24 de setembro de 2016

Montagem de cronogramas. Planejando ações na medida do tempo

Perceber-se no tempo permite visualizar coisas que se obscureceriam se não o fizesse.
Certamente um dos maiores inimigos contra a realização de uma tarefa e a falta de definição da mesma. Não se sabe com clareza o que deve ser feito, quando deve ser feito, e onde deve acontecer as tarefas. Com essa falta de simplicidade, conforme vamos adquirindo mais afazeres os mesmos passam a se mesclar de forma rápida, ficando difícil saber o que foi feito e o que deve ser feito. Parece engraçado pensar deste modo quando todos na verdade estão correndo de um lado e para outro com problemas para resolver, através de um processo rígido e linear, eles vão terminando cada um. Esse é ponto central, tal que com o auxílio de uma ferramenta de organização funcional como o cronograma, é possível se planejar e prever com certa antecedência se iremos ou não finalizar as obrigações a tempo, com isso é possível acelerar para que tudo termino na data esperado, ou o oposto, relaxar caso estivermos adiantado.

O cronograma é uma ferramenta que permite gerenciar as atividades que uma pessoa irá exercer em um dado período de tempo, levantando requisitos de seus compromissos e respondendo perguntas simples, como o que e quando sobre as mesmas. A partir disso se faz necessário escolher o estilo de cronograma que será utilizado com base nos dados obtidos inicialmente.

Método de Tabela

Consiste em organizar as informações distribuídas em tabelas, cruzando informações entre as linhas na horizonta e as colunas na vertical. De forma geral, um cronograma nesse estilo é feito com a primeira coluna contendo o horário do dia dividindo entre as linhas, tal que cada linha representa uma hora de variação ou meia hora dependendo de sua preferência. As próximas colunas são utilizadas para preencher as atividades referentes aquele horário se baseando na primeira linha da tabela que deve conter os dias da semana de domingo até sábado. Acredita-se que esse se o método mais usual e aprendido pelas pessoas.

Típico exemplo de um simples cronograma de estudos voltado para o ENEM.
Ilustração retirada do website Vestibular com Dicas

Tomando um exemplo prático, podemos desenvolver duas tabelas, um principal contendo a rotina em uma semana de um aluno do ensino médio a tarde e que faz um curso técnico pela manhã, e com base nos horários livres dessa tabela, montar uma tabela secundário só com o tempo livre reservado, onde irá ser feito um plano de estudos tanto para a escola quanto para o técnico. Sendo assim, inicialmente o aluno irá anotar os horários de todas as atividades que ele realiza em uma semana e montar um cronograma inicial com esses dados. Nesta tabela é importante anotar tempo de transporte, bem como de alimentação e lazer também, para que possa ser feita uma readequação adequada.

A cronograma pode ser feito tanto de forma manual, com o auxílio de régua, lápis e canetas, ou pode ser feito no formato digital, utilizando um programa de manipulação de planilhas eletrônicas como o software pago Office Excel da Microsoft, ou software livre LibreOffice Calc. Assim deve ser posto o início da tarefa com o seu horário correspondente. E no caso do nosso aluno, irar sobrar um horário de aproximadamente três a quatro horas desde quando ele chegou em casa até o horário que ele for dormir, considerando a chegada em cassa em torno de oito horas da noite e indo para cama a meia noite. Com base nesse horário especial deve ser produzido o cronograma de estudos.

Planejamento de estudo

A ideia deste planejamento é criar um ritmo de estudos diários no aluno, forçando a formação de um hábito. No começo, abrir o caderno todos os dias para revisar o conteúdo pode parecer uma tarefa maçante, mas o resultado do esforço vem com tempo através de perseverança. O melhor cronograma de estudos é a sua grade escolar como vimos anteriormente. Com base nela o aluno deve dividir em pequenas seções para cada matéria, aumentado o tempo para aquelas que ele sentir mais dificuldade e precisar de mais tempo, e encurtando aquelas que ele sentir mais facilidade. Com o passar das semanas, o aluno deve incluir também períodos para revisão de conteúdos anteriores para que os esses não sejam esquecidos.

Os finais de semana podem ser utilizados para revisão também, em especial conteúdos que já foram vistos em anos anteriores e que não tenham sidos fixados de maneira plena. Contudo é importante lembrar a importância do descanso, por isso, reserve o sábado ou o domingo preferencialmente para relaxar e se divertir fazendo algo que não esteja relacionado a trabalhos ou a exercícios. Marca um encontro entre amigos, conhecer um novo amor, são inúmeras a possibilidades. Isso deve ser feito porque o cérebro humano não consegue se manter concentrado por muito tempo. No máximo 30 minutos de total concentração, tal que gradativamente a partir desse ponto a taxa de foco vai diminuindo lentamente, por causa disso faça pequenas pausas entre seus estudos também.

Diagrama de Grantt

Por vez chamada de gráfico de Gratt, esse estilo de cronograma consiste na ideia central de poder visualizar o avanço sobre as atividades de um dado projeto, em caso escolar, a montagem de um trabalho. Para montar um é preciso inicialmente definir a data inicial e final do plano, formando um quadro com uma linha vertical a esquerda, denotando o começo, e outra linha a direita, denotando o fim. Dentro deste quadro deve ser colocado barras horizontais denotando os intervalos de tarefas intermediarias que juntas formaram a composição do projeto final.

Gráfico de Gantt ilustrando as atividades através de barras coloridas.
Embora a figura não apresente datas concretas, é possível visualizar
a dispersão das atividades através do projeto.

Para formar o gráfico, por convenção é interessante formar uma tabela listando as atividades individuais do projeto, contendo a data de início e fim de cada. Deste modo, a data de início da primeira atividade do projeto inicia o mesmo e a data de termino da última atividade finaliza o projeto. Com isso obtemos o tempo de duração que irar ser o intervalo de cada uma das barras que será colocada no quadro. Formando assim um padrão que permite reconhecer as atividades que estarão sendo executadas ao mesmo tempo além de poder visualizar as próximas etapas do projeto.

Exemplos práticos

Para auxiliar na montagem dos cronogramas pelo computador. A equipe do blog produziu um arquivo do Excel contendo o cronograma em formato de tabela e do diagrama de Gantt preenchidos com exemplos fictícios. Deste modo o aluno pode usar o modelo como base e adaptá-lo para a realidade do mesmo. Esperamos que seja de grande utilidade.


O leitor também é incentivado a procurar por outras fontes. Existem diversos tutoriais ricos em detalhes ensinando como montar cada um dos cronogramas listados aqui, assim como programas que auxiliam na produção dos mesmos. Basta realizar uma simples busca nos buscadores. Pois o intuito dessa matéria é informar a existência dos mesmos primordialmente.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Tomando nota das aulas. Preparação para revisão de conteúdo

Conservação de matérias através da transformação de dados vagos em informações grafadas.
Ao saber que uma boa revisão é essencial para um bom aprendizado é preciso agora entender o melhor processo para tomar conhecimento das aulas e poder revelas mais tarde em um ambiente mais calmo e propicio para essa atividade. Seja em uma sala de estudos, que muitos utilizam a biblioteca, ou a própria casa do estudante. Estamos falando das anotações, que são fragmentos importantes da aula a serem coletados para que mais tarde sejam usados como guia para os estudos posteriores a respeito do tema, junto com outros artifícios como livros didáticos e apostilas de exercícios.

Anotar informações consiste em sintetizar de forma clara as ideias que alguém deseja
 passar, guardando as mesmas para um uso posterior em um ambiente de estudo.

A primeira forma que as pessoas desenvolvem é inicialmente apenas anotar o que o professor colocar na lousa, e somente quando esse explicitamente mandar que o mesmo deva ser copiado. Este método é o mais antigo de todos e é ensinado desde o ensino primário, contudo conforme vamos crescendo a cobrança por cadernos preenchidos se torna desnecessário, uma vez que o aluno já é capaz de saber ler e escrever de forma funcional. Assim do fundamental dois em diante, muitas vezes não é preciso entregar o caderno para a professora vista. O problema passa a ser se o aluno compreendeu as aulas, e não se ele sabe transcrever aquilo que está escrito no quadro negro ou não.

Esse sistema de transcrição apresenta-se falho pois muita informação importante é pronunciada oralmente pelo professor, e muitas vezes não é passada no quadro. Com isso o aluno ao faz sua revisão precisa relembrar do que foi dito, causando um esforço mental desnecessário. Deste modo, anotar partes chave do que foi dito durante as aulas é muitas vezes mais importante que só copiar matéria. Contudo é importante lembrar que os métodos de anotação devem ser aqueles que o aluno se adequar melhor, tornando o mais produtivo e eficiente. Será mostrado alguns desses, e então o aluno deve tentar cada um deles para configurar aquele que esse se sentir mais confortável.

Método Cornell

Esse sistema de anotações consiste em dividir uma folha em quatro grandes blocos. O topo da página irá conter informações de identificação como o nome do curso e da matéria, o tipo de aula, se é expositiva, laboratório ou uma palestra, data e horário, entre outros. Depois o meio da página ira ser divido em duas partes. A direita deve ficar uma porção maior para as anotações da aula em um formato resumido e claro, assim como os registros de duvidas igualmente para posterior pesquisa ou conversa com o professor. A esquerda, depois da aula, deve ser feita a fixação de ideias através de frases ou palavras chaves, sintetizando ainda mais o conteúdo. A parte inferior deve ser utilizada para a revisão do conteúdo, onde deve ficar um resumo ou sumarização do que foi produzido na parte de anotações.

Método alternativa usual do método Cornell de anotações mostrando
três grandes blocos a serem divididos e preenchidos pelo estudante.

Vale observar que os métodos de anotação tendem a variar de formato, o método Cornell por exemplo pode apresentar a seguintes variações: Remoção do bloco superior que é mesclado com o bloco inferior, colocação das perguntas na seção de tópicos, e não no bloco de anotações ou dúvidas a respeito de quando se deve realizar cada uma das seções, se em aula ou em casa. Um ponto importante é o espaçamento entre o texto escrito. Uma linha deve ser usada para separar ideias opostas, várias linhas para tópicos diferentes, e trocar de folha para temáticas distintas. O importante novamente é que o aluno faça aquilo funcionar melhor e aquilo que mais o agradar.

Método da página dividida

A taquigrafia permite uma escrita veloz e enxuta, contudo
requer prática e dedicação para domina-la com perfeição.
Original a esquerda, a direita a a versão taquigrafada.
Essa estrutura sugere dividir a folha em duas partes geralmente de forma simétrica, a esquerda as ideias primarias sobre o assunto e a direita as ideias secundarias sobre o mesmo. Sendo este método bem mais simples que o Cornell.

Uso se símbolos e abreviações

Como a fala tende a ser mais rápida que a expressão escrita, tentar escrever na mesma velocidade que o professor diz tende a ser algo irreal. Para tanto é preciso se contentar com as partes importantes. O aluno pode começar a desenvolver palavras corriqueiras escritas de forma reduzida ou a criação de símbolos para auxilia-lo, contudo é preciso saber o porquê dos mesmos quando foram criados para que este não se perca depois que tiver que fazer uma revisão a partir do material anotado. Caso queira se aprofundar nessa técnica, formas de escrita rápida foram desenvolvidas, e assim, cada pais conta com um acervo de técnicas próprio. Esta arte se chama taquigrafia e é utilizada por jornalistas em entrevistas e homens da lei para anotar casos. Países de língua portuguesa como o Brasil se utilizam dos métodos Leite Alves, Taylor e Martí. Nos países de língua inglesa como o Estados Unidos se encontram os métodos Gregg, Pitman e Teeline. Ambos os métodos ordenados do mais utilizado para o menos utilizado.

Uso de canetas coloridas

Apesar de soar um pouco infantil e um tanto quanto feminino para os homens, separar os tópicos e títulos do texto com o uso de cores variadas não é só uma maneira de enfeitar o caderno mais sim um sistema que visa auxiliar na organização do material. Quando for revisar o conteúdo é possível ver com clareza quando um dos tópicos aninhados pelos seus respectivos títulos que se diferenciam pela cor, uma maneira muito mais rápida do que ter que ler o caderno para encontrar o que se deseja rever. Deste modo, o uso de canetas hidrográficas, marcadores e afins não só são bem-vindos como estimulados, pois o próprio cérebro prefere coisas que evidenciam contraste do que uma simples folha preenchida de palavras a uma mesma cor.

Uso correto do marca texto para grifar partes importantes das anotações
 realizadas em sala de aula ou produzidas em uma revisão. Em língua inglesa.


Estilos de folha e outros

Não é necessário utilizar um caderno formalmente para anotar as informações. A ideia de ter um caderno vem da praticidade em escrever textos, por conter já a divisão de linhas, as chamadas pautas, onde pode se escrever de maneira confortável. No entanto é um problema pois tentativas de fazer algo mais elaborado que escrever, como ilustrações, gráficos, tabelas e afins, os mesmos serão cortados pelas linhas. Talvez o mais correto possa ser um caderno sem pauta no caso, ou folhas de sulfite em branco que podem ser intercaladas com folhas de papel almaço no famoso fichário, que permite uma organização mais coerente da matéria pela facilidade de troca da posição das folhas.

Retomando novamente, o aluno deve tentar diferentes estilos e executar aquele que o mais lhe agrada. É importante ressaltar que quando um determinado estilo for escolhido não é recomendado ficar trocando muitas vezes pois isso pode bagunçar o cérebro. Deixe por um tempo longo, e quando ver que o método escolhido não se encaixar, então é nessa hora em que se deve buscar novas formas de se preparar para os estudos. Uma ressalva é a anotação através de aparelhos eletrônicos, como a simples foto através de um celular, que muitas vezes pode ajudar na pressa, mas não deve ser tomado como usual pois ao escrever exercitamos nosso cérebro a ver, ler e compreender o conteúdo que está sendo passado, ao tirar uma foto todo esse processo se perde que fica exclusivo na revisão para se familiarizar com o conteúdo. Tome cuidado.